14 de novembro de 2009

Remonta - 16/05/2009

Clique aqui para visualizar o mapa desse rolé.

Ainda sem os equipamentos ideais, lá fomos nós, em busca do desconhecido.
Tudo começou quando eu (Fabim) e Brunim nos perguntamos um dia antes da pedalada: Onde vamos?
Como não queríamos asfalto, resolvemos que iríamos até a represa da Remonta, afinal este é um lugar que todo ciclista que se preze conhece. Mas nós nunca tínhamos ido.
Quais eram as alternativas pra ir à um lugar desconhecido? Simples: vasculhar o Google Earth na véspera e pedir informações pras pessoas ao longo do caminho.

Mas não foi tão simples como imaginávamos. Pelo Google achamos um caminho, dentre os muitos possíveis, e traçamos ele como meta. Saímos de Santa Terezinha 8:00, e partimos com o mapa da trilha na câmera digital. 
Ao chegarmos na entrada da trilha escolhida, adentramos uns 2 km até chegarmos na guarita de um condomínio. O guarda não quis deixar a gente entrar de jeito nenhum... Esse Google Earth tinha que ser atualizado mais constantemente.

E aí? Já tínhamos subido toda a serra do Grama, e perdido esse tempo todo num caminho errado. Seria lógico irmos pra casa e procurar um caminho melhor para outro dia voltarmos. Mas as coisas muito planejadas não são tão emocionantes, e resolvemos que descobriríamos a entrada da remonta de qualquer jeito, nem que chegássemos em casa de madrugada.
Voltamos ao trevo de Grama, pedimos umas informações e subimos um barranco cheio de cascalhos. Quase o pedal de clip me derruba... não estava acostumado ainda! Depois entramos no Parque Independência.
Dentro do bairro pedimos informações. Algumas erradas, que nos levaram a subir morros desnecessariamente, e outras certas, que finalmente nos levaram à entrada tão esperada. Esta:


Foi muito bom ver que a partir daquele momento só teria terra e mato!
Logo no início fomos atacados por um trio canino, mas eles eram pequenos e o dono deles estava perto.




Continuamos a desbravar aquela que era nossa primeira trilha propriamente dita, e o fato de estarmos em um local totalmente desconhecido, fez o percurso ficar muito melhor. Não sabíamos se estávamos no caminho certo nem quantos quilômetros faltavam.
Passamos por bois e enxames de abelha, mas não fomos atacados por esse bichos. A mais malvada das criaturas ainda estava por vir...
Passamos por vistas maravilhosas como esta:



E umas descidas bem inclinadas como esta:



Com a incerteza do caminho e a ameaça de chuva iminente, continuamos o percurso.



Ao final da trilha, tinha uma bifurcação. Como não conhecíamos a trilha (e iluminados pelo nosso querido Murphy), escolhemos o caminho errado.
Pedalamos algo em torno de 500 metros até chegarmos em uma cerca com um buraco. O diálogo entre a gente foi exatamente esse:

- E aí? vamos passar a cerca?
- Num sei não...
- Ué, essa cerca deve ter esse buraco aí justamente pra ciclista passar, afinal muitos vêm aqui...
- Então vamos.
(e antes de a gente dar um passo sequer)
- Coooorre!!!!!

Era um cachorro gigante (pelo menos naquele instante ele pareceu gigante) que simplesmente brotou no buraco da cerca.
O terreno era muito acidentado, e não deu pra sprintar. Capotei com a bicicleta. O Brunim também, a alguns metros de mim. O mato tinha 2 metros de altura. Não dava pra ver nem o cachorro nem o Bruno. Saí correndo até chegar na beira da represa. Se ele viesse eu ia ter que pular.
Alguns segundos de apreensão, e não havia mais sinal do cachorro.
Esperamos um pouco para procurarmos um ao outro, afinal qualquer barulho incitaria o cão. Quando nos encontramos novamente, tivemos que traçar um plano para pegar as bicicletas, que estavam em território canino. Fomos um de cada vez, com bambus na mão, e pegamos as magrelas sem que o cachorro fosse visto.
Até hoje me lembro da frase do Bruno: "Prefiro levar mordida desse desgraçado do que deixar minha bicicleta lá..."

Depois de pegarmos as bicicletas, nem nos lembramos da bifurcação que tínhamos passado. Para nós, naquele momento, estávamos perdidos. As opções eram: subir o pasto com as bicicletas no ombro para tentar avistar uma saída, ou voltar todo o caminho (uns 8 quilômetros).
Infelizmente, como o dia estava sendo de decisões erradas, partimos morro acima com as bicicletas nos ombros, pois tinha muito mato e no pasto não dava pra pedalar. Chegamos a ver um ônibus lá de cima, mas do outro lado do morro tinha um abismo que nos impossibilitava de continuar por ali. Tivemos que descer o morro todo novamente. Essa foi a pior parte do trajeto. Já tínhamos perdido mais de 1 hora desde que o cachorro atacou.
Resolvemos então voltar toda a trilha. Na queda da fuga do cachorro, minha bicicleta capotou e caiu de lado, empenando consideravelmente a roda.
Desolados e com vários hematomas, seguimos o caminho de volta. Mas antes paramos para comer alguma coisa.

A felicidade veio ao chegarmos na bifurcação esquecida. Era uma esperança... Seria aquele o caminho certo? Ficamos com medo de tentarmos o novo caminho por causa das outras decisões erradas, mas fomos assim mesmo. A sorte finalmente ficou do nosso lado, e menos de 1 quilômetro depois estávamos no asfalto! Foi uma das melhores sensações da minha vida ciclística...

Um comentário:

  1. Pessoal, parabéns pelo blog!! Muito boas fotos e texto. Os Barrigudos agradecem pelos elogios. Linkei vocês no blog do BBC, vamos manter contato e marcar umas pedaladas.

    Abraços

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